"A reprodução "aproxima", é um desejo apaixonado das massas, em direcção à maior exposição, maior visualização."
Ao ler esta citação veio-me à cabeça uma rede social que quase todos nós usamos diariamente, o Instagram.
O Instagram foi criado com o intuito de o utilizador poder publicar fotos e vídeos de curta duração, bem como ter a possibilidade de interagir com a publicação de outras pessoas através de comentários e "likes".
Rapidamente o Instagram se tornou uma das redes sociais mais usadas mundialmente, com mais de 1 bilhão de utilizadores activos mensalmente.
A aplicação permite os utilizadores expressarem-se de diversas e inúmeras formas. Desde a divulgação do seu próprio trabalho, como fotografia, desenho ou até mesmo escrita, até a divulgação de situação do seu quotidiano. No enquanto, o Instagram não trouxe-se só aspectos positivos.
Hoje em dia vivemos numa sociedade onde estamos constantemente a comparar-nos as pessoas em nosso redor e a cobiçar o que estas têm e que nós não temos. Vivemos numa sociedade onde o “ter” é mais importante que o “ser”. Vivemos numa sociedade que nos compara ao próximo pela nossa aparência e pelas nossas posses e conquistas. Infelizmente o Instagram não veio ajudar a contradizer tal situação.
Existem varias contas no Instagram que pertencem as tão chamadas "Instagram famous people". Esta "Instagram famous people" são pessoas com inúmeros seguidores e “likes”, que se tornaram conhecidas pelo conteúdo que postam na aplicação, chegando até mesmo a terem marcas a pagar-lhes para estas promoverem os seus produtos.
Normalmente este conteúdo é sobre as suas vidas perfeitas e invejadas por muitos, no enquanto, a maioria das vezes, a vida que estas pessoas querem transmitir não é assim tão "perfeita" por trás do que publicam no Instagram.
Este tipo de conteúdo têm aspectos negativos tanto para quem o vê como para quem o cria.
As pessoas ao se depararem com tal conteúdo acabam quase sempre por se comparam a estas pessoas cuja vida parece perfeita e concluem que estas estão a viver a vida dos seus sonhos, enquanto elas estão a viver uma vida monótona e medíocre.
Já quem cria este cria este conteúdo acaba por ter que viver uma mentira diariamente. Isto é, ter que acordar todos os dias e tirar fotos com o sorriso na cara fingindo que está tudo bem só para ter mais “likes” deve ser frustrante.
A sociedade diz-nos que mesmo que algo não esteja bem devemos pôr um sorriso na cara e seguir com a vida para a frente como se nada se passasse. A sociedade diz-nos que mostrar os outros as nossas inseguranças e medos é sinal de fraqueza.
Assim o Instagram acaba por ser um reflexo do que a sociedade nos ensina. As pessoas tem que inventar uma vida perfeita e sem problemas para terem aprovação do resto da sociedade porque nos foi ensinado que se mostrarmos o oposto ninguém vai estar interessado.
Como o passar do tempo, temos vindo a avançar como sociedade e temos começado a perceber que na realidade ao mostrarmos o que realmente se passa nas nossas vidas, mesmo sendo coisas não tão boas, as pessoas ao nosso redor vão se identificar connosco e perceber que não são as únicas com problemas.
Outro aspecto que é importante mencionar é a existência de uma competição para ver quem tem mais seguidores e likes.
Por alguma razão pensamos que quanto maior for a nossa plataforma online, isto é, quanto maior for o nosso número de seguidores e likes, maior vai ser o nosso valor enquanto pessoas.
Isto vai acabar por provocar uma enorme insegurança e inveja nas pessoas. Como já mencionado, vai fazer com que vivamos em constante comparação entre relação às outras pessoas.
Os criadores do Instagram repararam neste aspecto e começaram a trabalhar de modo a evitar esta situação. Estes tiveram a ideia de tirar a possibilidade dos utilizadores verem o número de likes das publicações uns dos outros, evitando assim essa competição por maior exposição. Sendo que recentemente, foi implementada esta mudança em algumas contas.
Por fim deixo esta frase que encontrei e que é bastante adequado ao tema:
“As redes sociais não definem quem somos enquanto pessoas. Quando estivermos a morrer, todos os seguidores, likes e fotos que viralizaram no Instagram não vão importar para nada.”
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