"A relação em que o homem se encontra consigo mesmo realiza-se e exprime-se primeiramente na relação do homem aos outros homens" (Marx, 1844)
O mundo em que vivemos hoje é um mundo de inovação. Com avanços tecnológicos, mudanças de mentalidade e “novidades” a surgir a cada momento é difícil muitas vezes conjugar este quotidiano acelerado com a nossa individualidade, a nossa pessoa.
O conceito de Alienação é agora comum, universal, e o ser humano distancia-se cada vez mais da natureza. A norma é estudar, tirar um curso(com empregabilidade alta) e trabalhar durante décadas a fazer algo de que não gostamos a receber um ordenado não muito bom. Há uma total despersonalização do trabalho e o foco da sociedade passou para a possessão e capacidade de consumir.
Todos nós provavelmente já passámos por momentos em que sentimos que não pertencemos, que somos diferentes, e que essas diferenças não são boas. Muitas das vezes isto resulta numa alteração da personalidade para fazer parte da norma instituída. Deixamos de exprimir os nossos gostos, opiniões, e formatamo-nos aos ideais que nos rodeiam.
Tendo passado por momentos como este, em que me olharam de lado por gostar de x ou vestir y, posso dizer que são situações que marcam detrimentalmente o nosso crescimento individual. Passei a sentir-me ridícula por ser quem era e obriguei-me a adotar uma personalidade oposta, a gostar do que todos gostavam, a vestir-me como todos se vestiam, a ter o que os outros tinham. Pensava que desta maneira estava enquadrada quando, na verdade, tinha me tornado uma pessoa completamente diferente e estava totalmente alienada de mim própria.
Um dos significados de alienar, de acordo com o dicionário Priberam, é enlouquecer. A pressão de não fazer parte e o estranhamento total de nós próprios e do mundo à nossa volta é um peso negativo que carregamos e é importante apercebemo-nos de tal antes que ultrapasse o limite. Concluo, assim, tentando alertar que a alienação do homem é um problema emergente no nosso quotidiano com consequências notáveis, e tentando passar a mensagem de que um mundo onde somos todos iguais é um mundo triste e entediante. Somos todos diferentes, de várias maneiras, e é preciso aceitar este facto celebrando as nossas diferenças.
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